quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Stalking I – Da fome


Transito por um território existencial terrível
Em que uma fome avassaladora me tira a (c)alma
Já não produzo mais
Tampouco me percebo alguém
Apenas sinto, sinto, sinto e sinto repetidamente essa fome que me devora
Mastiga vorazmente o meu tempo
Engole velozmente minha alma
Sou vazio existencial que só se preenche através do olhar de Outrem
Olhar que me constrói, me cria, me devolve o eu
Preciso do olhar-mestre que oriente meu desejo
Pois meu único desejo agora, só é desse olhar
Vivo dependente daquilo que jamais me satisfaz
Estou definitivamente infeliz
Depositei no teu olhar a minha existência
E você não me vê
Fome que me come, me consome, me some
Suspende-me do meu existir
Obsessivo-Amor-Não-Correspondido

Nenhum comentário:

Postar um comentário