domingo, 11 de agosto de 2013

Louvor ao Tesão


Estava eu ali dormindo bem gostoso nessa manhã fria de inverno, agarrada em meu travesseiro fofinho e sonhando algumas fantasias eróticas, quando me acordo repentinamente com a casa balançando e os vidros rangendo em nome de Jesus. Era minha vizinha que para lavar o carro precisa sempre da força do nome de Deus para incentivá-la a trabalhar, e para isso, coloca a todo volume suas terríveis músicas evangélicas.

Acordei-me naquele susto sagrado, a alma se encheu de divino ódio e fiquei ali sem saber o que fazer. Rolei para um lado da cama, rolei para o outro. Eu ali com aquele tesão filha da puta que tenho toda manhã, e da qual não me levanto sem antes dar a minha gostosa masturbada.

O que fazer? Me levantar e atirar uma bomba na vizinha e acabar sendo presa depois? Ficar na cama e cumprir minha deliciosa rotina matutina? Mas como dar uma gostosa masturbada com essa trilha sonora de fundo? Ah! Quer saber? Que se foda! Vou é dar a minha gozada que faço mais!” foi assim que pensei na hora. Ajeitei-me na cama, abracei o travesseiro, cruzei minhas pernas e tentei concentrar-me no meu tesão (e que tesão eu tava)!

Comecei aquele prazeroso movimento enquanto a casa continuava tremendo ao ritmo do: “Salve Senhor! Salve Senhor!”. Eu já estava bem concentrada quando a música trocou, e agora num ritmo brega cantava “Jesus te ama”. Broxei!

Então para tentar voltar meu tesão pensei naquele cara que tive uma transa bem gostosinha. Fiquei ali tentando me concentrar novamente diante da lembrança daquele homem tão sexy. Imaginei ele ali, me olhando com aquele furor sensual, e a música de fundo tocando “Jesus te Ama!”. E foi tanto “Jesus te Ama” repetidamente que agora eu via em minhas fantasias aquele homem de branco com seu corpo puro, senti aqueles dedos divinos tocando minhas intimidades enquanto aquela barba cristã roçava meus seios. Num impulso arranquei a manta branca daquela carne pura e e comecei a beijar aquele Jesus Cristo bronzeado com suas curvas perfeitas! E então eu me convenci “Sim, ele me ama!” . E ali ficamos “Ele” e eu envolvidos por aquele prazer celestial.

A música trocou novamente, porém agora num ritmo de rock o que me empolgou bastante. Pulei para cima do Nosso Senhor, e com gemidos fiquei ali naquele vai e vem venerável puxando aqueles longos cabelos cristãos e sentindo aquela boca glorificada abençoando com lambidas os meus mamilos, enquanto lá fora soavam tudo que eram hinos sagrados:

Senhor te salvará”, “Jesus te ama”, “Salve nosso Senhor”, Glória ao todo poderoso”...

E foi tanto Salve pra cá, Poderoso aqui, Nosso Senhor ali, Jesus acolá, que eu já tava mesmo era chegando aos céus, fudendo com Deus. Comecei a sentir a força do Todo Poderoso dentro de mim, e ela era tão forte, mas tão forte que não me aguentei:

Ai Jesus! Vai Senhor! Ai Jesus! Vai! Aaai Meu Deus! Aaaaaaahhhhhhhh!!!!”

E lá fiquei eu amolecida pulsando extasiada naquele sacro gozo. Acendi um cigarro e fiquei olhando para o teto, que naquela hora era para mim o próprio céu! E então senti dentro de mim a bendita Redenção!

Em pensamento não pude deixar de agradecer: “Obrigada vizinha crente! Graças a ti hoje fodi com Deus!”

sábado, 10 de agosto de 2013

O Ditador (Torres da Heresia)


Aprendeu e aceitou a obedecer 
como cão treinado obedece um dono opressor

Depois mandou, batendo as pretas botas ao chão,
no fundo uma criança manhosa

Humano enforcado pela gravata,
Esmagado por condecorações

Majestosamente subiu ao palco com ares imponentes.
Discursou regradamente pretensas razões e ordens.

Na lógica da hierarquia pisou esmagando seus iguais
Cobriu com maduras e sérias máscaras
sua birra infantil...

Executou com destreza e muito sangue
os adversários de suas idéias

Idealizou uma perfeição,
essa que não acolhe as existências
que cobrem a vida!

Jamais traiu sua esposa
Porém com fios elétricos
engravidou outras mulheres
de profundas dores

Esse é o Ditador!
O pai de família, bom cidadão
Um nacionalista!

Amou tanto a pátria
Que por ela fez em cadáveres
Humanos – seus “inimigos”!

Gloriosamente, com a mão no peito
Cantou o hino de conquista
Essa melodia banhada de arrogância e sangue

Sua vida foi esse joguinho do “eu ou tu”
jamais brincou do “nós”.
O “Outro” sempre foi para ele
Uma ameaça aos cristais de seus caprichos

E dessa lógica a razão que fica
É a exclusão e morte da diferença!

Ele não foi um
Mas todos aqueles que aceitaram e acataram,
Ele foi cada um
Que amou a pátria e cantou o hino,
que aceitou a hierarquia e obedeceu a ordem!