sábado, 18 de agosto de 2012


Acordei-me ao som do sabiá laranjeira. Despertei mergulhando em sonhos. Um acordar para dentro, recordando a primavera de minha alma.

O canto do sabiá prenuncia a primavera. Não a humana – essa cheia de cálculos e previsões – mas sim, esse despertar cheio de encantos vindo das profundezas da terra, por longo tempo adormecido nos braços de Hades. 

Ah! Querido sabiá, que através desse canto, é convite e portal. Transporta-me a um sonho construído ao som de cantos passados. Recantos, recônditos de minha alma. Saudade renascida e assassinada no ato da própria lembrança. Sonho que para além de imagens é, antes, sensações, desejo e realizações.  Condensa nesse instante do sonhar, o retorno ao território do pretenso primórdio. Sonho que não é realidade, mas existência, meta existência.  Silenciamento do corpo físico em detrimento de um encontro com o essencial. Vivência do idealismo platônico? 

O canto do sabiá não é apenas som é minha alma em ação, é meu corpo silenciado com gritos e rebuliços internos. E nessa melodia encontro fonte, água, amor. Já não sei quem sou, ocupo o todo. E a música já não vem de lá, ela está aqui. Eu sou a música, a fonte, a água e o amor. E a fonte jorra amor escorrendo em forma de música. E o amor derrama melodias da fonte.  A fonte de água canta amores. E os sons gotejam da fonte o delicioso amor. E a água verte amores como fonte de música. E o amor pulsa como fonte pingando melodias. A música canta amores desaguados da fonte. E da fonte amorosa eu bebo melodias. E melodias transbordam fontes de amor. E o amor é canção de uma fonte que jorra... Sou fonte, água, melodia e amor. E me transporto de um ao outro em curta fração de tempo. E o tempo é cada vez mais curto, E de tão curto o tempo, esse um está no outro, e o outro já é esse um. Não há mais tempo, não há mais um nem outro, não há fronteira. Não me pertenço, sou um não-eu. Sou existência.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Immortal

I am here to protect you from the curse of solitude
You are safe now nobody's going to hurt you anymore
I am here to refill the empty in your soul
Let us fix all your trouble to getting in control


Nobody knows what heaven holds
I only guide you to this goal
You have to find your way
'cause no one knows the answer


Don't be afraid heaven will wait
For all those ones who acted right
No more tears and pain
I promise you won't suffer


I am here to recover all the damage in your heart
You can trust me, nothing's impossible; i've watched you from the start
I am here to relive the sadness in your eyes
Take my hands let's fly together a leap into the void


Nobody knows what heaven holds
I only guide you to this goal
You have to find your way
'cause no one knows the answer


Don't be afraid heaven will wait
For all those ones who acted right
No more tears and pain
I promise you won't suffer

Dançando entre a decepção pelos jovens fugazes
E alegria de retornar a meu fiel companheiro
Um chamado me convoca

Eis que surge nas sombras da noite
O maligno aracnídeo
Entre a fuga e o enfrentamento
Extraviei minutos sagrados
Aracnídeo astuto
Com uma única palavra me deu o maligno bote

Ah! Sempre temi as aranhas
Adivinhava nesse medo o meu futuro
Uma aranha me picou
E aqui estou inebriada em seu doce veneno

Tece em meu corpo seus fortes abraços
Engolindo com beijos meu fraco fôlego
Você me envolveu em sua teia
E eu perdi minhas resistências

Com minha última força tento fugir
Mas na exaustão dos delírios
causados pelo teu delicioso veneno
O que me sobra é a plena entrega

E mesmo que eu sinta medo
Já não recuso mais os teus laços e abraços
São teias que me envolvem e me prendem

Já não me pertenço
Sou parte do emaranhamento de tua teia
Ah! Maldita aranha
Aproveite e Devora-me