quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013



Agora sob o silêncio de meu pensamento
Olho para longe dentro de mim

Na vastidão dessa deserta alma
Caminho ao lado da melancolia
Fiel companheira de meu silêncio
Amarga existência em mim

Melancolia que carinhosamente me abraça
Permitindo meus olhos de lágrimas

Da vida o mel se faz momentos
Deliciosos mas enjoativos
Negar o resto é negar a própria vida
Entrego-me nos braços da melancolia
Nela existo, nela faço-me vida
Amarga são suas curas
Me cicatrizo!



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Looping


 Eu te queria
Você me queria
Cada um querendo o seu próprio querer

Você não me via
Eu não te via
Olhávamos um para o outro
Buscando o nosso próprio ver

Você me dizia
Eu não entendia
Eu respondia sem tu me entender

E assim seguimos
Juntos, lado-a-lado
Completamente distantes
Eu de ti, tu de mim
O "nós" era para cada um, a projeção de si no Outro
Tu e eu, eu e tu
Como reflexos infinitos
de dois espelhos frente a frente

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Nessa noite invadiste meus sonhos através de inimigos,
porém com uma jogada, deliciosamente matei a todos!
E na distração de minha comemoração, retornam os cadáveres
Putrefatos a encurralar minha existência em estúpidas armadilhas
Medíocre guerra que me cansa
Deixo para vós esse resto de mundo
Corro saltando cercas, grades e paredes
transmutando minha alma em infinitas existências
Recriando a cada instante meu nomadismo
sempre em direção ao portal entre-novos-mundos
Deixo para vós este decomposto mundo
Fiquem, fixem, cravem, encravem suas bandeiras
nessa terra rouca que grita secura
nesse lago que geme o doloroso sangue de suas mortas existências
Vocês são a geração da repetição, da flácida volição
E no limite entre o parvo mundo e o portal que me leva àquilo que vocês jamais conhecerão, deixo de despedida meu olhar sereno e um abraço carinhoso e Libertário. Boa Noite!