quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Oh querido Mestre!

Foi com certo receio que abri aquela porta
Será que estarei adentrando ao meu objetivo destino?
Escondi-me num recanto passível de ser esquecido
Porém você não esqueceu, indagou, provocou e fixou teus olhos nos meus
Finos e agudos diamantes arranhando a proteção de minha alma
Adentrando nos lugares mais sensíveis de minha intensa existência

E mesmo buscando meu idealismo existencial
Mergulhei, através de ti, no amor platônico

Frases dançavam de teus lábios chegando a mim num ritmo intenso que me envolvia
É um bom condutor nas danças silábicas
E me deixa entregue sob os braços de teus argumentos

Ah! Deleito-me em tua voz que me balança toda
Até mesmo lá onde os sonhos repousam suas vivências
E na empolgação de teus discursos delirantes
Alucino minha alma com arrepios dilacerantes

Meus olhos deslizam junto a teus movimentos
Inalando cada aroma exalado de teus estremecimentos
Beijo tuas palavras quentes recém acariciadas pelos teus deliciosos lábios

Desejo-te e te possuo através do meu olhar que te percorre em todas tuas curvas,
E mesmo sem te tocar, sinto a textura de tua pele e te beijo em pensamentos.
Acaricio teu rosto e desabotoou tua camisa para aconchegar-me em teu peito viril.

Ah o Idealismo! Ele também é Existência!

Você fala em Fenomenologia como o exercício do risco.

Mas e você?

Você se arrisca?

Ou te esconde atrás de livros e palavras, passando noites em claro mergulhado em frias letras?

Ah eu te quero e não temo o risco do meu querer, não temo tampouco os tediosos pudores e moralismo que isso possa despertar.

Minha vida está no agora, e agora sinto esse avassalador desejo, minha vida é aqui!
Mesmo que esta existência seja a pura ilusão, ainda assim, não a nego e vivo-a com todo meu sangue latejante, o mesmo que ferve ao pensar em ti. E ultimamente ele só tem fervido.

Uso minha personas representando aquilo que esperam de mim
Porém por dentro meu mundo é explosão de afetos e ousadas vivências
E enquanto lá fora tudo está estagnado na mesmice
Aqui por dentro eu subverto a ordem
E te levo junto comigo a outros tempos e mundos
Você e eu percorrendo em ato aquilo que teu discurso te limita

Amo teu discurso
Mas amo ainda mais a tua pele, teus lábios, teus gestos e olhos sagazes
Que são potencias amorosas

E sob o peso de minha contradição verborrágica, digo novamente: Te quero!

E mesmo que isso não se realize em ato físico
Agora já não se iludirás mais a respeito de meu olhar “a-luna”
Meu olhar antiético são garras a te possuir e a te beijar sem teu consentimento
E isso só já me satisfaz, porque sou a Velha Sombra Herege em meu castelo de perversões!
E agora você é meu prisioneiro, consciente prisioneiro
e em todas as aulas você me servirá através das representações em teu magnifico palco discursivo
Enquanto aqui estarei eu, em silencio, a lambuzar-me de teu corpo e alma!

Desejo-te!

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