domingo, 16 de outubro de 2011

Criação

Anos se passaram desde minha chegada
Nunca permaneci pois sou o vendaval
que arrasta e consome as diferenças

Incorporo em minhas veias todos os cultivos.

Minha alma está em todos os tempos e culturas
Me satisfaço apenas com os novos sabores
Nunca permaneci pois sempre busco mais e mais

Mas anos se passaram desde de minha chegada
E agora minha alma se encontra empobrecida
minhas veias estão secando
E meu coração fermentado pulsa líquidos azedos
Estou me intoxicando, estou morrendo

Eu quero - eu preciso - partir

Não encontro mais a saída
Perdi minha força

Dia após dia me debato nas curvas de uma mesma cidade
Reencontro meus passos na areia marcada
Agora sou apenas um vento suave fazendo cócegas na mesmice

Como me deixei vencer?

Minha pele se descama
Se empluma em busca de novos voos
Eu preciso respirar outros ares
Meus pés buscam estradas infinitas de eterna transformações
Meu coração cigano deseja sempre novos territórios afetivos

Deixo atrás de mim o caminho em direção ao Novo
Sigam-me os aventureiros, curiosos e adivinhos

Eis o furacão mordendo meu peito

Eis a dor rompendo a minha carne
Minhas veias jorram tempestades
Sou a implosão, explosão e destruição
E vou levar comigo o passado e o futuro
Moldando com desgraças e esperanças o meu Hoje


Eu sou o vendaval e a transformação
A existencia em ato, sem planos e platonismos
Nunca a priori, sempre a praxis

Sou o Caos, Sou a criação

Cria Ação

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