segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Para os Seres de "Bem"

"Eis aqui, porém mais uma prudência com os humanos: Não quero privar-me do espetáculo dos maus por timidez igual à vossa, seres de Bem.

Sinto-me feliz em ver os milagres que faz eclodir um sol ardente: tigres e palmeiras e cobras peçonhentas.

Também se vêm entre os humanos belas crias do sol ardente e muitas coisas admiráveis entre os maus.

Da mesma maneira que vossos sábios ilustres não me pareciam tão sabios, assim também encontrei a maldade ddos humanos inferior à sua reputação.
Na verdade, até para o mal há um futuro. E ainda não se descobriu para o humano o meio-dia mais ardente.

Quantas coisas hoje costumais chamar de as piores maldades, quando na realidade só tem doze pés de largura e três meses de existência. Algum dia, porém, virão ao mundo dragões maiores.

É verdade, justos e bons, há em vós muitas outras coisas que se prestam ao riso, especialmente vosso temor pelo que até hoje se chama "diabo"!
Temem a sí e as suas vontades. 

Vossa justiça e bondade se dá no julgamento e amputação de outros modos de existência. Oh! Seres de bem que condenam, estirpam e estraçalham vontades. Como vocês são bons!  

Eu encontro beleza em todas as existencias possíveis, sejam elas cobras peçonhentas, dragões ou diabos. Valorizo mais a intenção de existência do que as classificações das mesmas."

(Friedrich Nietzsche e Velha Sombra Herege)






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