domingo, 4 de dezembro de 2011

DEGENERAÇÃO


Eu tenho olhos, braços e gatilhos em muitas esquinas, cidades e vilas
Tantos são meus admiradores e amigos e eles são a extensão de minhas vontades
Então fuja enquanto pode... corra... corra e não olhe para trás
E cuidado ao dobrar as esquinas da vida, poderás ser atingido por uma bala perdida

Fugirás do braço destrutivo, fugirás do repentino soco
Mas jamais fugirás do teu coração
Ele foi atingindo pela Peste da Heresia
Você está contaminado e envenenado
Eu sou o ácido e o vírus que queima o teu coração
E estarei ai até destruir com tudo

Mais irremediável que minha peste é a que nasceu contigo
Essa nem profetas, cientistas e todos os bons hábitos podem te curar
Ela se encontra no âmago de teu corpo e alma
Ela é teu código genético
Você é a auto-degeneração
Um devir demência
E definhas dia após dia

Definhas dia após dia...

Caminha a passos largos para teu leito de decrepitude e morte
Você é a decomposição disfarçada de pessoa
Se traveste de bondade para enganar o teu espelho
Mas olhe melhor e verás a putrefação de tua existência
Seus desejos são parvos
E tuas ações já demonstram o estado da afrenia

Seus cabelos, pele e membros murcham
E sua Vontade.... Ah? Ela existe?
Você nunca saberá o que é Existir realmente
Trancado e protegido viverás apenas a tua semi-vida
Vergonhosa pseudo-vida que logo acabará...
...totalmente degenerada! 

(Destinado ao Bom anjo que não tem asas para voar e  apodrece pouco a pouco)

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