Foi com certo
receio que abri aquela porta
Será que
estarei adentrando ao meu objetivo destino?
Escondi-me
num recanto passível de ser esquecido
Porém você
não esqueceu, indagou, provocou e fixou teus olhos nos meus
Finos e
agudos diamantes arranhando a proteção de minha alma
Adentrando
nos lugares mais sensíveis de minha intensa existência
E mesmo
buscando meu idealismo existencial
Mergulhei, através
de ti, no amor platônico
Frases
dançavam de teus lábios chegando a mim num ritmo intenso que me envolvia
É um bom
condutor nas danças silábicas
E me deixa
entregue sob os braços de teus argumentos
Ah! Deleito-me em tua voz que me
balança toda
Até mesmo lá onde os sonhos repousam
suas vivências
E na empolgação de teus discursos
delirantes
Alucino minha alma com arrepios
dilacerantes
Meus olhos
deslizam junto a teus movimentos
Inalando
cada aroma exalado de teus estremecimentos
Beijo tuas
palavras quentes recém acariciadas pelos teus deliciosos lábios
Desejo-te e
te possuo através do meu olhar que te percorre em todas tuas
curvas,
E mesmo sem
te tocar, sinto a textura de tua pele e te beijo em pensamentos.
Acaricio teu
rosto e desabotoou tua camisa para aconchegar-me em teu peito viril.
Ah o
Idealismo! Ele também é Existência!
Você fala em
Fenomenologia como o exercício do risco.
Mas e você?
Você se
arrisca?
Ou te
esconde atrás de livros e palavras, passando noites em claro mergulhado em
frias letras?
Ah eu te
quero e não temo o risco do meu querer, não temo tampouco
os tediosos pudores e moralismo que isso possa despertar.
Minha vida
está no agora, e agora sinto esse avassalador desejo, minha vida é aqui!
Mesmo que esta
existência seja a pura ilusão, ainda assim, não a nego e vivo-a com todo meu
sangue latejante, o mesmo que ferve ao pensar em ti. E ultimamente ele só tem
fervido.
Uso minha
personas representando aquilo que esperam de mim
Porém por
dentro meu mundo é explosão de afetos e ousadas vivências
E enquanto
lá fora tudo está estagnado na mesmice
Aqui por
dentro eu subverto a ordem
E te levo
junto comigo a outros tempos e mundos
Você e eu
percorrendo em ato aquilo que teu discurso te limita
Amo teu
discurso
Mas amo
ainda mais a tua pele, teus lábios, teus gestos e olhos sagazes
Que são
potencias amorosas
E sob o peso
de minha contradição verborrágica, digo novamente: Te quero!
E mesmo que
isso não se realize em ato físico
Agora já não
se iludirás mais a respeito de meu olhar “a-luna”
Meu olhar antiético
são garras a te possuir e a te beijar sem teu consentimento
E isso só já
me satisfaz, porque sou a Velha Sombra Herege em meu castelo de perversões!
E agora você
é meu prisioneiro, consciente prisioneiro
e em todas
as aulas você me servirá através das
representações em teu magnifico palco discursivo
Enquanto
aqui estarei eu, em silencio, a lambuzar-me de teu corpo e alma!
Desejo-te!
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