"Isso aqui não é casa de prostituição. Isso aqui é casa de filha da putice. Você paga para entrar e implora para sair"
sábado, 10 de agosto de 2013
O Ditador (Torres da Heresia)
Aprendeu e aceitou a obedecer
como cão treinado obedece um dono opressor
Depois mandou, batendo as pretas botas ao chão,
no fundo uma criança manhosa
Humano enforcado pela gravata,
Esmagado por condecorações
Majestosamente subiu ao palco com ares imponentes.
Discursou regradamente pretensas razões e ordens.
Na lógica da hierarquia pisou esmagando seus iguais
Cobriu com maduras e sérias máscaras
sua birra infantil...
Executou com destreza e muito sangue
os adversários de suas idéias
Idealizou uma perfeição,
essa que não acolhe as existências
que cobrem a vida!
Jamais traiu sua esposa
Porém com fios elétricos
engravidou outras mulheres
de profundas dores
Esse é o Ditador!
O pai de família, bom cidadão
Um nacionalista!
Amou tanto a pátria
Que por ela fez em cadáveres
Humanos – seus “inimigos”!
Gloriosamente, com a mão no peito
Cantou o hino de conquista
Essa melodia banhada de arrogância e sangue
Sua vida foi esse joguinho do “eu ou tu”
jamais brincou do “nós”.
O “Outro” sempre foi para ele
Uma ameaça aos cristais de seus caprichos
E dessa lógica a razão que fica
É a exclusão e morte da diferença!
Ele não foi um
Mas todos aqueles que aceitaram e acataram,
Ele foi cada um
Que amou a pátria e cantou o hino,
que aceitou a hierarquia e obedeceu a ordem!
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