Nessa manhã em que me encontrava tão solitária
Fiz da terra minha companheira
Sobre sua face selvagem, abandonada pelo tempo
Debrucei toda minha tristeza
Em seu corpo arenoso, cravei-lhe a pá de minha raiva
Rasgando e oxigenando sua pele seca
E de suas entranhas vivas, retirei as pedras e espinhos
que machucavam sua alma
Ah! terra que me acompanha!
Dando-me tantas brincadeiras e frutos
Absorvo-te, construindo minha existência
pelos presentes que me ofereces,
Como não me dedicar a ti?
Desculpo minha displicência dos últimos meses
Acariciando com minhas mãos quentes
a sua alma áspera e fria
Deposito em ti as sementes de minha gratidão
regando-as com as lágrimas de minha esperança
Que venham novos frutos!
Para serem compartilhados entre amigos
Ah terra! Hoje encontrava-me tão solitária...
Mas juntas fizemos dessas horas matutinas
momentos de intensos prazeres!
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