Meu pensamento sangra procurando a palavra para descrever
o sentimento que dia e noite me morde. Não é alegria, tampouco tristeza, não é
medo, nem paixão, não é raiva, nem amor, será ansiedade?
É algo até hoje não dito. Ele me espreita, me acompanha, não
importa onde estou, por onde vou, não importa o que faço e com quem eu esteja,
ali está ele, mordiscando minha alma. E na noite quando tudo silencia, e sob o
apagar das luzes ele entra em cena ainda mais vigoroso! Fico frente a frente
com essa existência. Ela me possui avassaladoramente. Será angustia?
Na escuridão e no silêncio fico esperando, esperando,
esperando encontrar a palavra que dê o sentido e luz aquilo que nesse momento
me governa. São meses me perscrutando, procurando achar a forma que faça
sentido a esse algo tão indescritível, mas tão presente. Onde está você? Como você é? Como te
dizer?
Quero olhar de onde olho para poder te ver. Quero me virar
do avesso para poder te encontrar.
Minha boca treme com a palavra, ela está ali, ela está
aqui. Ela vai dizer, a palavra vai sair, está pronta... e o que sai é só um
berro mudo, sem forma, sem sentido. Será desespero?
Engulo esse silêncio, esse não-dito, esse indescritível. E
sigo, vivo, existo... contigo o indizível.
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