"Isso aqui não é casa de prostituição. Isso aqui é casa de filha da putice. Você paga para entrar e implora para sair"
sexta-feira, 10 de maio de 2013
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Vertigem
A vida nos passa a perna, brinca, faz piada
prega uma peça
onde era, não é mais
E o que está agora, nunca foi pensado
Aquela pessoa que tu jurou seria o amigo para sempre
Simplesmente não significa nada, era só ilusão
Um projetar de nosso anseio
E a amizade mesmo surge de onde menos se espera
A vida é um balançar
e quando se pensa que está indo
na verdade está voltando
E quando pensa que está embaixo
de surpresa uma vertigem
Pela altura em que se encontra
A verdade é um momento
efêmero
E o chão uma vereda
transitória
prega uma peça
onde era, não é mais
E o que está agora, nunca foi pensado
Aquela pessoa que tu jurou seria o amigo para sempre
Simplesmente não significa nada, era só ilusão
Um projetar de nosso anseio
E a amizade mesmo surge de onde menos se espera
A vida é um balançar
e quando se pensa que está indo
na verdade está voltando
E quando pensa que está embaixo
de surpresa uma vertigem
Pela altura em que se encontra
A verdade é um momento
efêmero
E o chão uma vereda
transitória
O nosso eu um cigano
nômade de territórios
impensados
Quando digo estou aqui
Me percebo ali
Mas na real estou acolá
Mas o que é o real?
Ele também é um ponto de vista
E quando caminhamos já não é!
E a realidade se transmuta
Porque nós somos alomorfia
Errantes de um viver maleável
E quando olhamos para trás tudo já está diferente
Eu queria me agarrar em algo
Me agarro em teu abraço
Mas você já não é mais você
É outro que agora conforta
o meu novo desespero
Então esse outro passa a ser você
E você é sempre aquele que está diante de mim
E que se transfigura
Me percebo ali
Mas na real estou acolá
Mas o que é o real?
Ele também é um ponto de vista
E quando caminhamos já não é!
E a realidade se transmuta
Porque nós somos alomorfia
Errantes de um viver maleável
E quando olhamos para trás tudo já está diferente
Eu queria me agarrar em algo
Me agarro em teu abraço
Mas você já não é mais você
É outro que agora conforta
o meu novo desespero
Então esse outro passa a ser você
E você é sempre aquele que está diante de mim
E que se transfigura
Numa metamorfose constante
Eu quero uma estabilidade
e a única que encontro
é que tudo será sempre instável
O mundo gira, gira e gira
e com esse girar rodopiam meus pensamentos
E se hoje quero isso, é porque no fundo quero aquilo
E o que consigo é aquele outro, o menos esperado
E o mais surpreendente
Assim também são meus afetos
que no girar do mundo
deslizam na alma emoções imprevistas
E se hoje sou tristeza, é porque logo chegam alegrias
E quando alegria estou, uma raiva me acomete
E de tanto balançar, girar, e se transformar
A única certeza que fica é que tudo é incerto!
O outro lado
Meu pensamento sangra procurando a palavra para descrever
o sentimento que dia e noite me morde. Não é alegria, tampouco tristeza, não é
medo, nem paixão, não é raiva, nem amor, será ansiedade?
É algo até hoje não dito. Ele me espreita, me acompanha, não
importa onde estou, por onde vou, não importa o que faço e com quem eu esteja,
ali está ele, mordiscando minha alma. E na noite quando tudo silencia, e sob o
apagar das luzes ele entra em cena ainda mais vigoroso! Fico frente a frente
com essa existência. Ela me possui avassaladoramente. Será angustia?
Na escuridão e no silêncio fico esperando, esperando,
esperando encontrar a palavra que dê o sentido e luz aquilo que nesse momento
me governa. São meses me perscrutando, procurando achar a forma que faça
sentido a esse algo tão indescritível, mas tão presente. Onde está você? Como você é? Como te
dizer?
Quero olhar de onde olho para poder te ver. Quero me virar
do avesso para poder te encontrar.
Minha boca treme com a palavra, ela está ali, ela está
aqui. Ela vai dizer, a palavra vai sair, está pronta... e o que sai é só um
berro mudo, sem forma, sem sentido. Será desespero?
Engulo esse silêncio, esse não-dito, esse indescritível. E
sigo, vivo, existo... contigo o indizível.
domingo, 5 de maio de 2013
Noite de Outono
O vento
serpenteia mensagens confusas em minha janela.
Serão
canções vindas de outros tempos ou lugares?
Junto com
ele, dançam as douradas folhas libertas
Que
gargalham em pequenas reuniões nos cantos de minha casa
Ah! vento
de onde vens?
O que
queres dizer para mim?
Como
decifrar teus sussurros?
A rua
virou um salão de festas
Árvores majestosas
balançam ao som dessa melodia
E as
douradas folhas rodopiam em cirandas
No céu
negro piscam embriagadas estrelas
Fazendo
dessa fresca noite uma grande festa
Meu
coração antes ensimesmado na tristeza
Agora
sorri diante de tamanha algazarra
Guardei
no baú de minha alma
As
salgadas lágrimas de meu pesar
Cansei
das cantigas de minha dor
Hoje
quero é ir para a festa!
Vou
correndo dançar sob o brilho das estrelas
Rir
alegremente com o brincar das folhas
Quero embriagar-me
com os macios beijos do vento
Que em
sussurros me contará histórias de outros tempos...
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