Sou o Eterno nômade
dos infinitos territórios afetivos
Em minhas andanças
Não respeito as cercas identitárias
Eu as pulo, corto-as e as penetro...
Enquanto os outros vivem apertados
nas cercas que criaram ao seu próprio redor,
eu tenho o mundo ao meu dispor,
mas essas pobres criaturas procuram julgar minha liberdade
com os valores que as espremem na minúscula cerca.
Olham para mim com olhos vulgares,
não percebem que esses olhos estão
contaminados pelos medíocres valores,
pois o mundo aqui fora tem outros ares
Meu mundo é onde estou
E eu estou em todos os lugares
Meu amor está em todos os corações
E o meu orgasmo em todos os sexos
Sou o desconforto para
os pobres proprietários afetivos
que tendo apenas um território
o defendem de forma tão miserável
Mas lá estou eu
dentro deles ao convite deles
Assustam-se diante
do significado de suas próprias escolhas
e no impulso desesperado
pretensiosamente tentam me expulsar
Mas uma vez convidado
Eu não me retiro mais...
Eu não aceito o convite e o beijo
Sem desejar vossas almas
E através desse beijo carinhoso
Eu rejuvenesço um pouco mais
Deixando um pouquinho de minha morte
Minha materialidade vai, some
Caminha em direção
a novos territórios afetivos
Sempre em busca de mais e mais
VITIMAS
(Em glória a minha existência Afecto-nômade)
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