Acreditavas que conseguirias um corpo desejante de ti, de Nós, a te esperar – solitário e paciente – os momentos de libertação de teu egoísmo?
Pensavas que com macias palavras amansaria o coração que abandonavas?
Afinal quais eram tuas intenções?
Porque tanto nervosismo para comunicar algo que dizias “ingênuo”?
Somente teme aquele que sabe estar errando.
Cavou friamente o terreno para plantar a semente do não-futuro. Esperavas o que? Apenas uma lágrima triste? A qual o teu abraço hipócrita sanaria?
Enganavas, dia após dia, a esperança alheia. Achou que essa esperança era uma pena ao vento? Não, mil vezes não! Essa esperança foi minha alma. Machucaste a minha alma. E por isto te dei um Instante de Destruição. Ainda assim fui leviano com minha dor.
Na falta de um futuro, extermino o presente.
Esmago teus olhos de vidro. Destruo teus contatos com o mundo. E marco em tua pele aquilo que não pude em teu coração. Rompendo pela raiz a espinha dorsal do amor para que dela nada mais sobre. E ainda assim fui leviano com minha dor.
Sem um futuro que o nosso tempo seja o hoje marcado ao ferro do Ódio. Diante da inexistência, eu sou parteira e mãe do Instante Destrutivo. E que ele seja Eterno, sem julgamentos sobre bondade ou maldade. Porque de julgamentos já me bastou o teu olhar pessimista sobre o amanhã.
Eis então o pequeno covarde – proclamador da inexistência e assustado com o instante destrutivo – foge...cego...estúpido. Irresponsável por aquilo que cativou. Ele só mais um, dentre tantos outros.
Encontrarei alguém que faça a diferença?